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Há diversas teorias sobre a origem desta casta. Se é originária deste território, se foi trazida de fora. Inicialmente o Alvarinho só foi plantado nos terrenos anexos aos conventos e pensa-se que por razões de clima e solo a sua adaptação só vingou em zonas específicas da Galiza e do Alto Minho, concretamente onde hoje estão os concelhos de Monção e Melgaço.
A personalidade e o carácter do Alvarinho formou-se nesta região, onde nasceu e cresceu, antes de qualquer registo escrito. Em 1920 apareceu o primeiro vinho comercializado com a marca “Alvarinho”. Desde aí, a sua identidade foi-se afirmando, contribuindo profundamente para mudar o modo como estas terras se desenvolveram. A sua personalidade e carácter são tão marcantes como a terra que lhe dá a origem.
A sua uva pequena, com película grossa, torna-a numa casta pouco produtiva. No entanto, a sua raridade aliada à elevadíssima qualidade e personalidade dos vinhos que produz, faz com que seja considerada, por muitos, a melhor casta branca enxertada nas vinhas portuguesas.
É junto ao rio Minho que, em Monção e Melgaço, se localizam as inúmeras adegas, quintas e produtores de vinho Alvarinho. Ao entrar pelas portas destes concelhos, podemos apreciar as vinhas desta casta, plantadas em magníficos anfiteatros, a meia encosta, num micro-clima único, protegido pelas montanhas de Portugal e Espanha, conjugando o Solo, o Sol, o Sofrimento, a Sabedoria e o Sossego. Cinco “SS” para um vinho cheio de arte e vida.
A caracterização de uma região vitícola tem em conta vários fatores, os quais, irão condicionar o vinho que dali obtemos. O terroir do Alvarinho é a combinação de fatores que interagem entre si: clima, solo, casta e a ação do homem.
Monção e Melgaço beneficia de um microclima muito particular no qual a viticultura se desenvolveu desde o vale do Rio Minho e dos seus afluentes, subindo na meia encosta da montanha, ultrapassando os obstáculos do terreno e da altitude.
Esta cintura montanhosa, formada pelas montanhosas do Vale do Minho e os alinhamentos montanhosos da Serra da Galiza, é responsável pela existência de um microclima único condicionando essencialmente a precipitação, a humidade e a temperatura do ar, verificando-se uma amplitude térmica na maturação, caracterizada por dias quentes e noites frias. Tal facto, contribui para a proteção dos aromas, para a persistência do sabor retendo a sua frescura e principalmente para a sua acidez tão característica.
Mais do que características únicas na morfologia da região, o Alvarinho de Melgaço é, na sua essência, o resultado de um saber coletivo, um acumular de experiências e saberes, um património cultural que as gerações anteriores deixaram. O vinho é mais do que um produto, faz parte integrante da identidade cultural local.
É esta conjugação deste fatores que dá uma identidade vincada, única, autêntica e inimitável ao Alvarinho de Monção e Melgaço.
